sábado,29 junho , 2024
Home Politica Fazenda estuda mudar Lei de Responsabilidade Fiscal para reduzir gasto da Saúde

Fazenda estuda mudar Lei de Responsabilidade Fiscal para reduzir gasto da Saúde

por Marcos Mortari
0 Comente
fazenda-estuda-mudar-lei-de-responsabilidade-fiscal-para-reduzir-gasto-da-saude

A equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda uma forma de reduzir as despesas obrigatórias do Orçamento sem modificar os percentuais dos pisos constitucionais − atualmente de 15% da receita corrente líquida (RCL) no caso da Saúde e de 18% da receita líquida de impostos (RLI) para a Educação.

Conforme fontes com conhecimento no assunto relataram ao InfoMoney, uma das ideias sobre a mesa do Ministério da Fazenda seria alterar a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), que define o conceito de receita corrente líquida. Desta forma, seria possível retirar receitas não recorrentes do grupo − o que na prática reduziria a base de cálculo do piso constitucional de 15%.

Baixe uma lista de 11 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos

Continua depois da publicidade

Segundo uma dessas fontes, o desenho poderia retirar do conceito de RCL receitas oriundas de royalties de petróleo e ganhos com dividendos de empresas estatais, como a Petrobras (PETR3;PETR4), por exemplo.

Procurado, o Ministério da Fazenda não se manifestou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para um posicionamento da pasta.

Do ponto de vista político, as fontes consultadas sob a condição de anonimato reconhecem que a medida enfrentaria dificuldades no Congresso Nacional. Por outro lado, o fato de a mudança poder ser feita por meio de projeto de lei complementar (PLP) em vez de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é apontado como um atrativo.

Continua depois da publicidade

Isso porque a exigência de quórum para aprovação cairia de 3/5 dos parlamentares em 2 turnos de votação em cada casa legislativa para maioria absoluta (isto é, 257 deputados federais e 41 senadores) − o que ainda é considerado complexo, tendo em vista a base de apoio instável do governo e a sensibilidade do tema.

Leia também: Decreto dá vitória a Haddad, mas trégua entre governo e mercado segue distante

Segundo uma das fontes, não se sabe se raciocínio similar poderia ser utilizado no caso da Educação, mas a tendência é que o piso constitucional da área não seja mexido. Ela lembra que atualmente, apesar do percentual maior (18% contra 15%), o orçamento da Educação é menor do que o da Saúde, já que a base da receita corrente líquida supera a da receita líquida de impostos.

Continua depois da publicidade

A discussão ainda é incipiente e no momento não conta com consenso nem mesmo entre integrantes de outras pastas da área econômica. Uma fonte consultada pela reportagem manifestou preocupação com possíveis sinalizações de que o governo está mudando as “regras do jogo” e com as consequências deste movimento. “A RCL já é um conceito empregado, com impactos sobre estados, despesas com pessoal. Há coisas em que é preciso avaliar todos os níveis de impacto”, alertou.

A matéria, caso avance dentro do governo, também pode enfrentar dificuldades entre integrantes da base aliada no Congresso Nacional. Na semana passada, o Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou um comunicado marcando posição contrária a mudanças nas regras que definem os mínimos constitucionais para Saúde e Educação, além de medidas como a desvinculação de benefícios previdenciários do salário mínimo.

O movimento ocorreu logo após a agenda de revisão de despesas entrar com maior ênfase nos discursos da área econômica do governo, em meio à percepção de limitações para o avanço de novas medidas do lado das receitas − depois que o Congresso Nacional devolveu parcialmente a medida provisória (MPV 1227/2024) que tratava de compensações para as desonerações a 17 setores e milhares de municípios.

Continua depois da publicidade

Na equipe econômica, há uma clara avaliação de que o debate sobre a revisão de despesas é inevitável para a sustentação do arcabouço fiscal e a garantia da sustentabilidade da trajetória da dívida pública. A dúvida ainda é quais opções do cardápio serão aceitas por Lula, que tem dado sinais trocados sobre cortes de gastos.

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

CATEGORIA NOTICIAS

NOTICIAS RECENTES

AS MAIS VISTAS

Noticias Todo Tempo © Todos direitos reservados

Título do Título