O JPMorgan rebaixou a recomendação para ação da M. Dias Branco (MDIA3) de neutro para venda, com preço-alvo passando de R$ 34 para R$ 30 no final de 2025, diante de perspectivas desafiadoras para o segundo semestre. Com isso, às 14h10 (horário de Brasília), os papéis MDIA3 caíam 2,78% (R$ 26,59), nesta segunda-feira (16)
Segundo o relatório, a revisão reflete as preferências do banco entre as empresas de alimentos e bebidas, pois acredita que M. Dias tem o pior momento de lucros entre as empresas cobertas no segundo semestre de 2024, com provavelmente o maior risco de queda em relação às estimativas de consenso.
Na avaliação do banco, os números do segundo semestre devem refletir um cenário competitivo mais desafiador em um momento em que a indústria tenta aumentar os preços para compensar o aumento dos preços das matérias-primas em termos reais.
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Os analistas destacam que a companhia possui a maior exposição a matérias-primas em dólares entre as empresas cobertas (cerca de 60% de todos os custos). Com isso, o banco espera que o custo médio dos produtos vendidos da M. Dias aumente 5% trimestre a trimestre no terceiro trimestre, impulsionado principalmente pelo real mais fraco, mas com trigo marginalmente mais alto, e outros 15% no quarto trimestre.
Na outra ponta, o JPMorgan ressalta que a empresa não está conseguindo repassar os custos na totalidade para os clientes, em função de um mercado mais competitivo do que o esperado e provavelmente mais promocional.
Diante disso, analistas reduziram a estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 14% para 2024, totalizando R$ 1,286 bilhão e a receita líquida em 22% para R$ 741 milhões, respectivamente, 16% e 12% abaixo do consenso.
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Quanto ao terceiro trimestre, o JPMorgan prevê que as margens cairão para 12,1% (R$ 321 milhões de Ebitda, 25% abaixo do consenso).
Com relação aos volumes, segundo JPMorgan, os volumes da M. Dias têm sido voláteis, apresentando fortes subidas e descidas, devido a política de preços e da concorrência no mercado. Movimentos de estocagem e desestocagem no varejo, bem como estratégias para proteger e expandir participação, têm levado os volumes a serem menos previsíveis.
O banco estima que os volumes de biscoitos caiam 1% em 2024, com alta de um dígito baixo no segundo semestre. Quanto à massa, prevê volumes de até 4,8% em 2024.