As vendas de cimento no Brasil cresceram em agosto nas comparações mensal e anual, atingindo o maior nível em quase 10 anos, impulsionadas por fatores como clima seco em quase todo o país e aquecimento do setor imobiliário, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (9) pela associação dos produtores do insumo, Snic.
A comercialização de cimento em agosto somou 6,2 milhões de toneladas no mês passado, maior volume para um único mês desde outubro de 2014, quando o total vendido alcançou 6,7 milhões de toneladas, informou a entidade.
As vendas também foram 5% maiores que o registrado em julho e ficaram 3,3% acima do volume de agosto do ano passado.
“Todas as regiões apresentaram evolução nas vendas (no acumulado do ano). O Norte e Nordeste brasileiro registraram o melhor desempenho. O Sul, que vinha registrando declínio até julho, voltou a crescer em níveis anteriores às inundações do Rio Grande do Sul. Já o Centro-Oeste permanece com resultado positivo, assim como o Sudeste”, afirmou o Snic em comunicado à imprensa.
Por dia útil, as vendas de cimento subiram 5,6% em agosto ante o registrado um ano antes, para 252 mil toneladas, segundo o Snic.
No acumulado do ano até o final do mês passado, as vendas de cimento no Brasil somaram 43 milhões de toneladas, expansão de 3,1% sobre o verificado um ano antes e acima da expectativa do Snic, que vinha trabalhando com cenário de alta de 1,4%, revisto para baixo no início de julho após o desastre climático no Rio Grande do Sul.
Mas se o clima seco favorece o andamento das obras, um cenário de falta de chuvas por um período prolongado oferece riscos dado o potencial efeito nos preços de energia elétrica, na logística, além de reflexos na logística, uma vez que o material com frequência é transportado por rios até os mercados consumidores, principalmente na região Norte.
“O anúncio do acréscimo da conta de energia com bandeira vermelha no Brasil devido à escassez de chuvas já traz preocupações ao setor de cimento, tanto nos custos de produção quanto na logística. O Brasil vem enfrentando em 2024 a pior seca da história e isso pode impactar as vendas de cimento, principalmente na região Norte”, afirmou o Snic.
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